quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Relato de uma professora de matemática


Na semana passada comprei um produto que custou 1,58€.
Dei à balconista 2,00€ e peguei na minha bolsa 8 centimos, para
evitar receber ainda mais moedas.
A balconista pegou no dinheiro e ficou a olhar para a máquina
registadora, aparentemente sem saber o que fazer.
Tentei explicar que ela tinha que me dar 50 centimos de troco, mas ela
não se convenceu e chamou o gerente para ajudá-la.
Ficou com lágrimas nos olhos enquanto o gerente tentava explicar e
ela aparentemente continuava sem entender.
Por que estou a contar isto?
Porque me dei conta da evolução do ensino da matemática desde 1950,
que foi assim:

1. Ensino da matemática em 1950:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por €100,00.
O custo de produção desse carro de lenha é igual a 4/5 do preço de venda .
Qual é o lucro?

2. Ensino de matemática em 1970:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por €100,00.
O custo de produção desse carro de lenha é igual a 4/5 do preço de
venda ou €80,00.
Qual é o lucro?

3. Ensino de matemática em 1980:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por €100,00.
O custo de produção desse carro de lenha é € 80,00.
Qual é o lucro?

4. Ensino de matemática em 1990:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por € 100,00.
O custo de produção desse carro de lenha é €80,00.
Escolha a resposta certa, que indica o lucro:
( )€ 20,00 ( )€40,00 ( )€60,00 ( )€80,00 ( )€100,00

5. Ensino de matemática em 2000:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por € 100,00.
O custo de produção desse carro de lenha é € 80,00.
O lucro é de € 20,00.
Está certo?
( )SIM ( ) NÃO

6. Ensino de matemática em 2008:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por €100,00.
O custo de produção é € 80,00.
Se você souber ler coloque um X no € 20,00.
( )€ 20,00 ( )€40,00 ( )€60,00 ( )€80,00 ( )€100,00

2 comentários:

Hernâni Lamego disse...

Surreal...

Aquilo que isto significa, penso que todos atingimos...

Eu só gostava era de saber de quem é a culpa...

Paços Dias Aguiar Mota disse...

Eu acho que compreendo o porquê desse facilitar. E não por uma questão de falta de estudo das pessoas. Senão vejamos: a matemática exige estudo, e o estudo exige esforço, e o esforço exige vontade. Digam-me: como pode uma pessoa ter vontade para produzir esforço para estudar se essa pessoa imagina que vai ficar no desemprego depois de estudar?...(não liguem a estas palavras) (vamos é ligar aos actos)