terça-feira, 9 de outubro de 2007

“AMO-TE princesa!, AMO-TE…”


Venho pedir-vos desculpa por uma certa ausência, mas todos conhecem o motivo.. aliás, é desse motivo que quero aqui falar-vos.. quero contar-vos um pouco do que foi a minha vida nos últimos dez anos e da relação que se pode estabelecer com um animal..

De facto a Jenny é para mim o mais especial de todos os animais, a quem dediquei todo o meu amor, o meu carinho, por quem fiz tudo até ao final.. Tudo isto é muito recente e ainda é com lágrimas que a recordo, mas foi de alegria que ela me encheu todos os dias.. Passei com ela os anos mais importantes da minha vida, cresci com ela e, na verdade, tão pouco me lembro de momentos dos quais ela não tenha feito parte. Com ela aprendi a amar coisas tão pequenas como o simples bater do coração, o lavar dos olhos, o pedir das festas.. Aprendi como trocar carinhos e lambidelas pode ser das coisas mais graceosas com que a vida nos pode contemplar.. Recordo cada acordar com uma troca de mimos antes do tão doloroso levantar, recordo os momentos que a via dormir sem que ela percebesse como a protegia, recordo o ladrar dela perante cada chegada e o rabo a abanar de felicidade perante a “bolinha” ou o “patinho”.. E tantas outras coisas que ficaria horas a descrever..

Somos tão mais complexos que eles.. um dia li algures qualquer coisa como “um cão nunca esquecerá a migalha que lhe deste mesmo que a seguir lhe atires cem pedras”.. É a capacidade que eles têm de amar tão mais profundamente do que nós, é a incapacidade de trair ou abandonar o seu dono o que mais me fascina nestes seres tão especiais.. É por tudo isto que, e apesar da tristeza, da saudade e do vazio que hoje sinto por a ter perdido, que não me arrependo nem um bocadinho de a ter amado tanto.. Foi aliás a última palavra que lhe disse infinitamente antes de a ver partir “AMO-TE princesa!, AMO-TE…”.

Desculpem, é mais um desabafo, mas também é um apelo à irracionalidade humana.. Às vezes devíamos ser menos racionais..


“Enquanto não amamos um animal, uma parte da nossa alma permanecerá adormecida.” (Anatole France)

Um comentário:

Hernâni Lamego disse...

É uma mensagem muito bonita e um texto mais que sentido... Completamente vivido. E não só por ti Mary, por mim também que com muito custo vejo partir um animal ao qual me afeiçoei ao longo de 4 longos e intensos anos. Também eu senti um pouco de tudo o que descreves...

AMO-TE Jenny...

Paz à tua alma.