quarta-feira, 17 de outubro de 2007

O tempo possui-nos...

O tempo… O tempo possui-nos e não o contrário!

Hoje venho falar-vos do tempo.. E não, não é do estado do tempo!

Imagino que já possam ter reflectido sobre isto muitas vezes (ou não), mas achei interessante discuti-lo aqui.. É que o tempo é uma coisa estranha.. podemos aproveitá-lo melhor ou pior, podemos senti-lo mais ou menos intensamente, pode parecer que passa mais ou menos rápido, pode até parecer que o tempo é relativo e que é uma questão de percepção, mas o que é afinal e objectivamente o tempo?.. Já pensaram como o tempo controla as nossas vidas porque tendemos a quantificá-lo? O tempo ao qual nos referimos quotidianamente é sempre aquele que dá ao Homem a noção de passado, presente e futuro, mas será só isso o tempo? Será só um intervalo entre momentos?

Eu não sei, mas quando reflicto sobre isso penso nele enquanto algo superior.. algo que nos controla, que nos faz andar sem regresso.. Algo que nos é superior porque determina o momento em que nascemos e em que morremos, independentemente da forma como o sentimos ou vivemos.. independentemente da época sócio-cultural e histórica! Daí parecer-me mais do que uma questão percepcional ou relativa..

Acho que é a forma mais acabada de sentirmos o domínio da natureza sobre o Homem.. Razão pela qual palavras como “sempre” ou “nunca” sejam tão pesadas, tão sofridas. Quem dera podermos entrar na máquina do tempo..

No entanto, é a forma como o sinto que me motiva a escrever sobre ele. O tempo faz-me sentir pequena e impotente perante a grandeza do Universo.. o tempo é, para mim, sobretudo saudade.. "saudade", palavra tão ou mais pesada do que sempre ou nunca..

Não há conclusões, eu sei.. Mas espero que seja tema de reflexão..


5 comentários:

Hernâni Lamego disse...

De facto é uma reflexão inquietante... Já tive oportunidade de estudar o Tempo, mas nunca através da Filosofia, somente através de reflexões minhas.

É, de facto, muito interessante, e até fantástica a maneira como toda a nossa vida se desenvolve em função de um calendário e de prazos estipulados.

É de uma enorme importância a contagem do Tempo - o dia, as horas do acontecimento; as épocas festivas; as nossas férias; as nossas actividades; os tratamentos; as diversas etapas de tudo...

Para a nossa sociedade, é uma referência para tudo, porque de facto somos controlados pelo Tempo que ajuda, traz, cura, leva... passa.

Hernâni Lamego disse...

PS: Gostei muito da imagem escolhida para ilustrar o texto.

Cogumelo Vermelho disse...

Sim senhora, está aqui um belo tema que daria para uma grande discussão, visto que o tempo é um conceito tão abstrato, mas que tem uma enorme importância nas nossas vidas.
Pessoalmente considero a contagem do tempo como uma forma que o ser humano arranjou de organizar a sua vida, orientada esta pelo dia e pela noite, e consecutivamente pelos ciclos naturais das estações do ano, que controlam a natureza e os ciclos de crescimento de frutos e cereais, dos quais dependem os tanto os animais como os humanos.
Assim, o tempo foi uma das formas do Homem sentir que de certa forma consegue controlar a natureza, mas apenas o presente e o futuro, pois o passado é algo de que o ser humanao nunca conseguirá controlar totalmente (ainda bem). No entanto, a unica forma que o Homem arranjou de manipular o passado foi através do registo histórico, visto que em muitos desses registos o relato dos acontecimentos verificou-se ter sido adulterado de forma a favorecer uma das facções envolvidas no evento.
Desta forma, o que fica do passado são as memórias, boas ou más, as quais nunca devemos esquecer, pois foi através desses acontecimentos que desenvolvemos a nossa personalidade, é através deles que somos aquilo que define a nossa personalidade actualmente, e é através dos acontecimentos do nosso passado que evoluimos e devemos aprender a viver e não repetir "erros" passados no nosso futuro. Desta forma, o que nos fica do Passado são algo tão imprescindivel e de valor tão inestimavel como as nossas memórias e uma grande sensação de Saudade, o que nos indica que essas vivências do passado foram algo de muito bom que nos aconteceu e por isso devemos estimar e nunca esquecer essas memórias.
Por isso caros amigos, nunca se esqueçam do vosso Passado, valorizando-o e aprendendo com ele, vivam o Presente ao màximo, para nunca se arrependerem de não ter vivido o suficiente, pois o Viver não implica o tempo que cá estamos neste mundo, mas antes as experiências de vida que passamos, e principalmente não pensem muito no futuro, porque assim não apreciam o Presente e o Futuro nunca está ao nosso alcance, é sempre amanhã.
Curtam a vida, obrigadão, Cogumelo Vermelho =)

Mary disse...

O problema caro cogumelo vermelho, é que por mais que vivas o momento fica sempre a sensação que podias ter feito mais ou, então, fica a saudade e esse é, sem dúvida, um sentimento com o qual não é fácil lidar!
De qualquer modo, é uma excelente filosofia de vida. A verdade é que não há nada pior que olhar para trás e nem sequer sentir saudade!

Cat disse...

Saudade! Acho que não há palavras tão duras como essa .. a mary sabe bem o que eu quero dizer e o que eu sinto.
A saudade do tempo dourado que já lá vai, desse tempo que passou e não volta mais é por vezes uma falsa sensação de conforto que se deve somente ao facto de esse ter sito um tempo já vivido, cujos problemas não nos angustiam mais.
há um tempo para tudo: um tempo para se lutar por um objectivo, um tempo para conhecer, um tempo para se dizer que se ama.. (talvez já não faça sentido este meu comment por vir tão tardiamente!) muitas vezes, passado esse tempo, as coisas parecem deixar de fazer sentido e as situações parecem cristalizar-se no tempo e tornar-se irreversíveis.
Acho que é isso que dói, dói perceber que há coisas que poderíamos ter feito e não fizemos, palavras que deixámos escapar e que não está ao nosso alcance modificar isso com actos presentes. Ainda assim, acredito em reviravoltas ..
Porém, tento pensar que vivemos o que nos foi possível viver, atendendo a uma série de factores endógenos, mas também exógenos e vou-me sentindo feliz com o que fiz e vivi.
O tempo angustia-me.